domingo, 28 de março de 2010

Alguns anos atrás...

Boa tarde!

Eu estava cá relendo a última poesia e vi que muita coisa deixou de ser dita. Eu sei bem que em geral as poesias são assim: existe uma essência criada pelo autor e então fica a cargo do leitor interpretá-la, mas às vezes acho que isso a deixa com algo... “Faltando”. Deve ser por isso que eu prefiro tanto a boa e velha narrativa.
Não estou desmerecendo a poesia, longe de mim. Aliás, eu normalmente escrevo mais poesias do que narrativas em si. Acho que elas sabem sugar mais o que eu estou pensando e querendo no momento. Escrever poesias imprime muito mais sentimento do que um texto, embora se este último for muito bem descrito consegue exercer esse papel com eficiência.
Enfim, os dois têm suas vantagens e se bem empregados, fazem maravilhas!

Mas voltando para o assunto da poesia, eu não estava inspirada em algo específico ao escrevê-la. Pra ser sincera, seu corpo foi criado durante minha aula de geografia... Eu estava pensando em como alguns garotos podem ser “inocentes” o bastante para conquistarem uma garota próxima – que ironicamente é sua melhor amiga, ou no pior dos casos, sua prima - e sem querer acaba fazendo-a sofrer.
E sim, eu usei o termo entre parênteses porque há certas exceções. Já presenciei casos em que rola certa brincadeira, não sei explicar. É como se o garoto achasse divertido, ou como se precisasse ouvir que é amado para reafirmar algum tipo de pensamento egoísta. Posso estar enganada, mas há tantas histórias assim que se escrevessem um livro, não teria graça.
Começa com a amizade inocente, uma fotografia fosca de algum momento do passado. E então, a amizade fortalece, a paixão cresce e antes que você tenha maturidade para pensar no que está acontecendo, ele já domou seu coração.
Uma merda não é?
Ainda mais porque normalmente aquela fase é apenas isso... Uma fase! Um momento da infância em que se acredita em conto de fadas, em que o amor fraternal é mútuo e pode ser facilmente confundido com amor Eros. Não que nessa idade se pense nessas coisas, só estou querendo frisar a intensidade da coisa.
E então, vem a idade, a infância acaba, o amor continua. E quando você acha que as coisas podem dar certo entre os dois, ele acaba por deixar bem claro que era criança demais para saber o que estava fazendo e que vocês dois são apenas amigos.
Ô vida bela!
Tá... Estou sendo um pouco rancorosa. Nada de autobiografia ali, minha gente!
Mas foi exatamente isso que eu quis passar com a poesia. Um amor de infância que pendia apenas para um dos lados e que conforme os amigos foram crescendo, a distancia foi se fazendo e então... Tudo acabou tão rapidamente quanto começou.
Mas isso é apenas mais um pensamento antiquado de uma poetisa brega. Hoje em dias as coisas não funcionam bem assim. A visão romântica do mundo foi trocada por qualquer coisa mais bruta.
Agora que parei pra pensar... Onde ficou a infância dessa galera?
Não tem mais essa de brincadeiras e nomezinhos em árvores.
Agora as crianças já nascem sentadas em um computador, ou vivendo na bagunça desse mundão. Cadê as bonecas e os soldadinhos...?

Ahh, mas isso já é assunto para outro dia.

Ai, ai, ai, esse assunto fez lembrar-me de uma música que uma amiga me apresentou esses dias, é tão bonitinha! E tão tudo a ver com o assunto! *-*
Vou encerrar o post colocando sua letra, então.

Beijos!

João e Maria – Sivuca e Chico Buarque

Agora eu era herói
E o meu cavalo só falava inglês.
A noiva do cowboy era você
Além das outras três.
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões.
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock para as matinês.

Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz.
E pela minha lei
A gente era obrigada a ser feliz.
E você era a princesa
Que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país.

Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido.
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido.

Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim.
Pois você sumiu no mundo
Sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim.

2 comentários:

Flora disse...

Nem preciso dizer que concordo em número, gênero e grau né?!
Engraçado como as histórias se confundem...
Engraçado como confundimos as coisas, como sentimentos são poderosos...
Ai... acho que preciso de mais um dose de racionalidade!
SAUDHSAUDHSADIHSAUDHSAUDIH

Anônimo disse...

Acho que não acredito bem nisso. Na verdade, eu ainda acredito no amor.
Mesmo assim, gostei tanto da poesia quanto do post. Qualquer dia, te passo o link do meu blog. Isso é, se o seu se manter no nível ;)