quarta-feira, 28 de abril de 2010

Pandora

E o tempo, cadê?
Ui, acho que essa semana foi uma das mais complicadinhas que eu já tive!
Cruz credo, quanta coisa pra fazer!! O_O

Bom, vamos às novas!
Eu ainda não obtive minha criatividade de volta, mas consegui desenvolver um texto legalzinho.
Ahh, eu gostei muito dele, tá? Ç.Ç
Eeeee, como eu disse anteriormente: o blog está de cara nova! Nada original, desculpe-me, mas pelo menos ficou uma gracinha! =]
Está um pouco bagunçado, eu sei, mas quando tiver um tempinho de sobra eu ajeito ele direitinho, certo?
Beijocas, folks! ;*

.:Pandora:.

- Bem vinda ao mundo, minha filha. – disse o pai à sua pequena criança de olhar inocente, pousando gentilmente as mãos em seus ombros dela. – Eu sei que você ainda é muito pequena, mas preciso te apresentar à sociedade em que você viverá.
Ela ergueu o rosto, encarando com seus olhos clarinhos à seriedade de seu pai. Apesar de não entender muito bem o propósito daquela festa, ela havia aceitado gentilmente o pedido dele e se arrumara apropriadamente para encarar aquela noite de gala. Só agora, porém, era capaz de entender pelo menos um pouco o que aquilo tudo representava para ele.
- Você sabe, querida. – começou, enquanto pegava a pequena mão de sua filha e a guiava rumo ao grande prédio que se estendia à sua frente. – No mundo em que vivemos, a sociedade é regida por influências. Você tem que conhecer as pessoas certas se quiser ter um futuro promissor.
- E isso não é errado? – Ela perguntou, depois de pensar um pouco na afirmação.
- Deveria ser. – respondeu ele, sem muita emoção nas palavras. – Mas digamos que no momento isso seja uma forma de sobrevivência. O mundo pode ser bem cruel de vez em quando se você não souber onde se apoiar.
Os dois caminharam silenciosamente pelo tapete vermelho da entrada, enquanto a menina digeria sinceramente as palavras ditas pelo seu pai. Aos seus ouvidos, aquilo tudo ainda parecia muito incorreto. Mas ela sentia que aquele não era o momento apropriado para contestações.
- Seja apenas simpática com as pessoas que conhecer hoje. – murmurou o pai, ajeitando a gravata, enquanto esperava o guarda inspecionar seu convite.
- Tudo bem. – Ela sorriu quando finalmente foram liberados e seu pai começou a guiá-la para dentro do salão, e, de repente, o mundo se transformou aos seus olhos.
Quando soube que a festa seria de gala, e onde toda a sociedade estaria presente, esperava por alguma coisa bem pomposa, mas, ao encarar o ambiente interno da festa, descobriu que pomposo seria um adjetivo muito inapropriado para a decoração estonteante que estava à sua frente.
O lugar era inteiramente revestido por panos cor de pérola, enfeitados por pingentes dourados e vários pequenos diamantes. Havia um enorme lustre de cristal no teto iluminando todo o ambiente e fazendo brilhar ainda mais os detalhes. Garçons jeitosos andavam com exímia habilidade, carregando bandejas repletas de champanhe e outras bebidas. E ainda havia um número considerável de pessoas bem vestidas e com aparências que diziam claramente que eram podres de ricas.
A pequena menina sentiu-se completamente intimidada por tanto dinheiro refletido naquela decoração exuberante e nas pessoas que circulavam por ali.
- Não se preocupe. – disse seu pai, quando ela apertou sua mão, demonstrando a sua insegurança. – Um dia isso tudo fará parte da sua vida.
Ele sorriu largamente para algumas pessoas que passaram e em seguida guiou a menina por um grupo de moças que conversavam alegremente entre si.
- Essas são a Inveja e a Falsidade. – disse, apontando para cada uma delas, respectivamente. – Você provavelmente se encontrará muito com elas durante sua vida aqui. Então, é importante que as conheça bem.
- Oi. – A menina murmurou, timidamente.
Falsidade deu um sorrisinho simpático junto a um breve aceno de mão, ao passo que Inveja apenas assentiu com um rápido sorriso felino.
- Prazer em conhecê-las. – balbuciou a menina, ao ver que nenhuma das duas ia dizer nada.
- O prazer é todo meu. – respondeu Falsidade, novamente com um sorriso largo. – Acho que nos daremos muito bem.
- Que bom! Mais tarde vocês poderão conversar o quanto quiserem. – disse o pai, puxando a mão de sua filha. – Tenho que apresentá-la a mais alguns amigos, antes.
Dizendo isso ele guiou sua filha pelo salão, atravessando o mundo de gente até a mesa de frios, onde uma velha senhora bebericava seu champanhe.
- Minha filha, está é a Arrogância. – Ele assentiu para a senhora, que com os olhos analíticos, observou a pequena menina.
- Oi. – balbuciou ela, olhando sem jeito para os olhos azulados que a encaravam.
- Olá. – respondeu a senhora, arqueando a sobrancelha quase que inexistente. – Qual é o seu sobrenome, menina?
Assim que a mulher fez a pergunta, o pai da menina puxou sua mão antes que ela tivesse sequer tempo de responder.
- Cuidado! – alertou, com uma tonalidade de voz realmente preocupada. – As pessoas te julgam o tempo todo. Não dê material para esse julgamento.
- Certo. – respondeu prontamente a filha, ainda um pouco assustada com aquilo tudo.
Os dois caminharam pelo salão, até que, quando o pai da menina resolveu para um pouco para petiscar, ela avistou um grupo de policiais conversando animadamente no sofá.
- Policiais? – perguntou, surpresa. – Em uma festa de gala?
- Sim. – Ele sorriu largamente. – Se chamam Negligência e estão muito presentes em nossas festas.
- E quem é aquele ali? – Ela apontou para um cara muito franzino que acompanhava os policiais com as mãos algemadas.
- Ele é a Injustiça. – Deu de ombros. – Provavelmente roubou pra matar a fome e foi preso por latrocínio... Mas venha, quero te apresentar a alguns políticos. – Emendou assim que viu os amigos um pouco mais adiante de onde os policiais conversavam. – Estes são Hipocrisia, desonestidade e corrupção. – apresentou-os, apontando para cada um deles respectivamente. – Eles estão sempre juntos.
A menina sorriu gentilmente.
- Prazer em conhecê-los. – disse, apertando a mão de cada um.
Seu pai e os homens engataram em uma conversa animada sobre os planos para o final de semana, enquanto ela observava atentamente os outros convidados que circulavam pelo salão. Até que, por fim, se deparou com uma cena que chamou sua atenção.
- Pai. – disse, puxando a manga do paletó dele. – Quem são aqueles ali? – Apontou para uma dupla de homens que tentavam entrar na festa, mas que estavam sendo barrados pelo guarda.
- Aqueles são a Bondade e a Honestidade. – Ele suspirou, como se aquele assunto fosse complicado. – Podem aparecer em qualquer lugar. Onde menos você esperar, lá estão eles... Mas nunca são bem vindos. Nossa sociedade os exclui, como você pode ver.
- Por quê?
- Eu não sei. – Ele deu de ombros e apontou com a cabeça para o barzinho da festa. – Vem, só vou te apresentar para mais um grupo e depois você está livre para curtir a festa e fazer amizade com eles, tudo bem?
Ela assentiu com a cabeça e ele a levou para o local indicado.
- Estes são os gêmeos Conformismo e Comodismo. – Apontou para dois jovens que deviam ter mais ou menos dezessete anos, que conversavam um com o outro enquanto teclavam no notebook com uma das mãos e equilibravam uma lata de Ice na outra. – Alguns dizem que se completam. São bem inteligentes, também.
A menina deu um fraco sorriso, mas os meninos nem viraram o rosto.
- Querida, eles são um pouco anti-sociais, se você insistir acabara conseguindo se aproximar deles. – Ele deu-lhe tapinhas nas costas para incentivá-la. – Agora, como prometido, você pode curtir sua festa.
Entretanto a menina estreitou os olhos, tomada subitamente por uma dúvida, e segurou o paletó do pai antes que ele se afastasse.
- Eu só tenho uma pergunta.
- Pois não?
Ela o encarou por alguns segundos e por fim, perguntou:
- E eu? Como me chamo?
- Você? – Ele pareceu surpreso por um instante, mas depois simplesmente sorriu. – Você é a Esperança.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Necrotério

Credo, que título horrível para post!
Concordo, mas acho que tem um pouco a ver com meu humor e com o que vou publicar hoje, já que trouxe um texto ressuscitado do meu blog antigo...
Pois é, sinto informar que estou com um bloqueio criativo do tamanho do corcovado e nada do que eu tente parece mudar isso.
Portanto, trouxe um texto mais antiguinho, só para me sentir feliz em vê-lo publicado de novo e ver se com ele a pedra monumental em minha imaginação seja destruída logo. *-*

E... Eu já falei que estou odiando o layout do blog? Essa cor esta me dando vontade de vomitar, o verde está completamente perdido ali no meio e eu suponho que sei fazer algo mais decente do que esse banner no photoshop. Assim, quando eu montei realmente achei que estava bom, mas... Agora creio que fiquei olhando demais para ele e acabei enjoando.
E não... Eu não tenho TPM.
Quero dizer... Só estou um pouco irritadiça por conta de vestibular e seus afins. Nada que nenhuma garota de dezessete anos, com um medo doentio do cursinho, uma obsessão abusiva por uma boa cadeira em frente a um computador, uma falta de concentração assustadora e uma paranóia épica não tenha...
Não estou reclamando nem nada, é só que... MEU! Isso cansa! @_@
Pronto, falei!
Er... Quando eu voltar talvez esteja melhor. :P
Ai, provavelmente o blog estará de cara nova...
Provavelmente...

Hospício.

- Você deveria deixar de ser tão sonhadora! As coisas não funcionam assim. - Ela estava um pouco histérica, andando de um lado para o outro. - Quantas vezes terá que apanhar nessa vida para aprender que o mundo não é um conto de fadas?
Desviei meus olhos para a janela. A visão de seus passos para lá e para cá já estavam me enjoando. Ainda mais depois de receber o tempero de suas palavras; não havia nada mais grosseiro e nauseante.
- Não vai me dizer nada? - Ela insistiu, de forma que eu precisei tornar a olhá-la; mas tenho certeza de que meu olhar não demonstrava que eu estava pronta para ceder à sua histeria. - Vai continuar ai? Com esses olhos cheios de culpa e lágrimas?
- Não me sinto culpada. - retruquei com a minha primeira palavras desde que ela começou a despejar aquele sermão em mim. - Muito pelo contrário, faria tudo de novo.
- Faria tudo de novo? - Ela repetiu minhas palavras, que em sua boca me soaram um pouco terríveis demais.
- Não faria. - admiti, tornando a olhar pela janela. Era muito mais agradável olhar para a vastidão azul à ter que aguentar aquele corredor quente e cinzento no qual ela não parava de passear de um lado para o outro. - Mas eu tive que viver tudo isso! É através da experiência que aprendemos o que é certo e o que é errado. O que é bom, agradável e o que trás más consequências. Não me arrependo de nada!
- Existem pessoas mais velhas e mais experientes para te dizer o que dá e o que não dá certo. - Seu tom agora era ainda mais ríspido do que no início de toda a discussão. - Você não precisa ter que sofrer... Muito menos ficar feliz por sofrer!
- Olha ali. - Eu disse de repente, apontando para a janela semi-aberta, por onde pequenas faixas de sol penetravam. - O que você vê quando olha pra lá?
Ela arqueou as sobrancelhas, provavelmente achando que eu estava começando a ter alucinações. Mas não questionou o meu pedido e virou o rosto vagamente para a janela.
- Vejo um céu cinza, prédios que somem com o sol, pessoas extressadas andando pela rua xingando umas as outras, crianças pedindo dinheiro e morrendo de calor e fome. - respondeu-me ela, com uma voz carrancuda e o cenho franzido. - Por quê?
- Porque... - murmurei, me levantando finalmente e andando lentamente para janela, onde afastei mais um pouco a cortina. - Eu vejo um céu bem azul, com nuvens gigantescas e cheias de formas. Vejo prédios belíssimos e uma paisagem bem verde nos jardins e canteiros. Vejo pessoas se relacionando, cantarolando no volante, sorrindo umas para as outras, andando com seus filhos, ajudando os mais velhos. Veja! - apontei para uma curiosa cena na calçada. - Aquele mocinho está ajudando uma senhora a atravessar a rua! Ainda fazem essas coisas hoje em dia. - Sorri, apesar das lágrimas secas ainda me incomodarem.
- Você tem uma visão muito sonhadora das coisas. - Ela fechou a cortina bem na minha cara, agressivamente.
Eu sorri, apesar de sentir um nó horrível se formar na minha garganta.
- Se eu não tiver, quem terá por mim? - perguntei, com a voz branda, quase chorosa. Mas eu não ia chorar de novo. - Só temos uma vida e acho que isso já é um castigo muito grande. Por quê, então, eu iria ficar me martirizando com o lado negativo das coisas? De castigo já basta a insanidade que é viver. Deixe que o mundo reaja à suas próprias peças. Como dizem, a vida é uma peça de teatro onde tudo é improvisado... E ninguém sai vivo dela.
- Você fala coisas muito bonitas... mas acha que essas palavras vão secar as lágrimas que escorrem de seus olhos?
Desta vez eu senti uma felicidade enorme tomando conta de meu peito, meu sorriso foi tão espontâneo, que logo tornou-se gargalhada.
- Amigos! - exclamei, abrindo novamente a janela. - Eles me ajudam a enxugar as lágrimas.
- Não cansa de ser tão boa com as pessoas e receber tantas patadas?
- E quando eu estiver gélida e deitada na cama eterna? - murmurei em resposta. - Quanto tiver pútrida e sendo comida pelos vermes? De que vai adiantar minha impaciência para com as pessoas?
- E de que vai adiantar a sua paciência e bondade?
- Isso. - Levei minha mão ao peito, sentindo as lentas batidas de meu coração. - Isso, agora. Esse sentimento terá valido cada segundo.
- E se esse hospício em que vivemos te deixar louca também?
Desta vez apontei para as lágrimas em meu rosto:
- Você quer provas ainda maiores de minha loucura?
Ela deu de ombros, com um ar cansado.
Eu sorri, dando mais uma olhada em minha própria imagem no grande espelho que atravessava o corredor e ajeitando um pouco meu cabelo.
Era hora de começar o meu dia.

PS: Segundo desenho feito em três minutos, por favor, não reparem.
Beijinhos ;*

sexta-feira, 16 de abril de 2010

E lá no covil...

E novamente lá estava eu pensando com meus lindos botãozinhos azuis:
Nossa! Como tempo passa rápido!
Eu estava tão empolgada com a última poesia que fiz, que quis que ela ficasse por bastante tempo como postagem recente do blog, mas não esperava mesmo que seis dias já tivessem se passado.
Quero dizer, não é que eu tenha tempo de sobra para ficar regulando quando vou postar, ou não. Aqui estou eu, com uma tonelada de deveres de inglês para fazer para amanhã e resolvi escrever no blog. Sabe como é: não dá pra resistir quando aquela vontade de escrever violenta bate no peito...
Bom, mas como eu disse antes, eu tenho um problema realmente sério com datas e horários... É mais forte do que eu! Ç.Ç
Tá, sem drama.
Falaremos da poesia.
Hamm... Acho que não tem muito que falar não, ela por si só já disse tudinho.
Assim, quando meus amigos leram, ficaram até espantados pelo não-uso de rimas, ou pelo fraco uso delas. Normalmente, o que é quase uma regra, todas as minhas poesias obrigatoriamente tem algum esquema de rimas. Essa, não.
Por quê?
Bem, é simples.
O sentimento que estava me dominando arduamente quando a escrevi, não era algo doce e romântico que pudesse ser colocados de uma forma tão poética. Era algo mais agressivo, mais ácido. E quando queremos falar de algo tão bruto, não devemos nos ater a regras e palavrinhas bonitas! Temos que colocar no papel tudo aquilo que está entalado na garganta.
E, eu garanto, no final faz um bem tão grande...!

Sabe... Qualquer dia desses, quando eu não tiver sob uma pressão tão grande de deveres, eu vou escrever um texto sobre falsidade, procurando jogar tudo o que sinto no papel (Ops, na tela). É um assunto muito bom de explorar e eu preciso de tempo e inspiração para fazer algo decente.

Beijocas ;*

OBS: A menininha tá assim porque... Bem, eu não sabia que imagem botar para esse assunto. '-'

sábado, 10 de abril de 2010

Falsa

Falsa
Galena Dale (24/03/2010)

Não quero mais seus insultos;
Não preciso mais de sua amizade;
Quero que os dobre mal e os engula
E engasgue com sua falsidade.

Não quero mais ouvir sua voz;
O veneno mais puro que corrói.
Cuidado ao morder a língua;
Mas quer saber? Tomara que morda!

Suas máscaras já não escondem mais;
Está tão crua quanto o corpo réptil;
Que esguia se enrola na vítima
E sem escrúpulos derrama seu veneno.

Não me leve a mal, não mendigo amizade;
Sou quem sou e não vivo de esmola.
Ainda mais a sua sem um pingo de verdade;
Pegue-a, não mastigue e engula.

Me desculpe se sou tão ácida;
Mas você também é tão doce que dá cáries
E não se faça de vítima, por favor.
De nada adianta agora que a cortina se fechou.