segunda-feira, 9 de maio de 2011

Caixinha de sonhos

Onde estão meus sonhos?

Lembro-me que eu costumava escrevê-los em pequenos pedaços de papel, descrevendo cada detalhe, cada pedacinho dele com a minha letra mais bonita. Esperava eternizá-los com aquele gesto, certa de que no final das contas aquelas palavras se tornariam reais... Mas então, eu os relia, e, frustrada com a utopia criada, trancava-os em minha velha e silenciosa caixinha de lembranças...

Hoje eu resolvi abrir a caixinha. Haviam tantas mensagens que fiquei perdidas ao tomá-las em minhas mãos. Ali estavam anos de escrita, anos de utopias criadas pela mente esperançosa de uma criança. Elas estavam velhas, gastas, esquecidas, quase desisti de abri-las por medo de que se desfizessem em minhas mãos... Aqueles sonhos tão frágeis, tão adoecidos... Acabei por abrir o primeiro deles, movida pela curiosidade de relembrar os meus velhos sonhos. E... Puxa! Como fora bom sonhá-los! Como fora bom acreditar neles enquanto os escrevia! Eu tinha até me esquecido de porquê o fizera... Mas ali, enquanto relia cada bilhete, senti minha caixinha vibrar, pulsar novamente dentro do peito em um compasso antigo do qual eu mal podia me lembrar...!

O sangue correu renovado em minhas veias quando eu comecei a reescrever os meus sonhos... Mas, desta vez eu vou endereçá-los, vou compartilhá-los com o mundo e torná-los cada dia mais reais para mim...

2 comentários:

Luiza de Freitas Nunes disse...

Uma vez, numa aula de português, li um texto que dizia que "Sonhos são como passáros, um dia batem asas e vão embora".
No dia eu descordei. Mas agora concordo.
Não sei bem se os sonhos vão embora. Mas se modificam.

Beijão =*

Matias disse...

Sonhos, indeléveis porem mutáveis, muitas vezes esquecidos ou frustrados. Infelizmente, não me lembro de meus sonhos de infância, na verdade, não me lembro de quase nada de minha infância. Lembro-me apenas dos meus 14 anos para frente, sonhos tristes e obscuros graças à uma péssima faze de minha vida. Porem agora tenho bons sonhos, bons planos, e espero mante-los pelo máximo de tempo o possível, antes que o grande policial chamado tempo os arranque de mim com suas cruéis garra. Ah, os sonhos.