Onde estão meus sonhos?
Lembro-me que eu costumava escrevê-los em pequenos pedaços de papel, descrevendo cada detalhe, cada pedacinho dele com a minha letra mais bonita. Esperava eternizá-los com aquele gesto, certa de que no final das contas aquelas palavras se tornariam reais... Mas então, eu os relia, e, frustrada com a utopia criada, trancava-os em minha velha e silenciosa caixinha de lembranças...
Hoje eu resolvi abrir a caixinha. Haviam tantas mensagens que fiquei perdidas ao tomá-las em minhas mãos. Ali estavam anos de escrita, anos de utopias criadas pela mente esperançosa de uma criança. Elas estavam velhas, gastas, esquecidas, quase desisti de abri-las por medo de que se desfizessem em minhas mãos... Aqueles sonhos tão frágeis, tão adoecidos... Acabei por abrir o primeiro deles, movida pela curiosidade de relembrar os meus velhos sonhos. E... Puxa! Como fora bom sonhá-los! Como fora bom acreditar neles enquanto os escrevia! Eu tinha até me esquecido de porquê o fizera... Mas ali, enquanto relia cada bilhete, senti minha caixinha vibrar, pulsar novamente dentro do peito em um compasso antigo do qual eu mal podia me lembrar...!
O sangue correu renovado em minhas veias quando eu comecei a reescrever os meus sonhos... Mas, desta vez eu vou endereçá-los, vou compartilhá-los com o mundo e torná-los cada dia mais reais para mim...
2 comentários:
Uma vez, numa aula de português, li um texto que dizia que "Sonhos são como passáros, um dia batem asas e vão embora".
No dia eu descordei. Mas agora concordo.
Não sei bem se os sonhos vão embora. Mas se modificam.
Beijão =*
Sonhos, indeléveis porem mutáveis, muitas vezes esquecidos ou frustrados. Infelizmente, não me lembro de meus sonhos de infância, na verdade, não me lembro de quase nada de minha infância. Lembro-me apenas dos meus 14 anos para frente, sonhos tristes e obscuros graças à uma péssima faze de minha vida. Porem agora tenho bons sonhos, bons planos, e espero mante-los pelo máximo de tempo o possível, antes que o grande policial chamado tempo os arranque de mim com suas cruéis garra. Ah, os sonhos.
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