domingo, 24 de julho de 2011

Despedida

Como traduzir em palavras o que houve? Como traduzir em palavras esse sentimento ambíguo e tão novo para mim? Como, em tão pouco tempo, vocês foram capaz de demolir de forma tão abruta a barreira mais forte existente dentro de mim? Como com gestos tão simples, vocês conseguiram chegar tão fundo em minha alma?
Ainda não entendo o que houve. Não entendo como ainda sinto o toque de seus dedos nos meus com aquele carinho delicioso que eu não sabia existir. Não entendo como fizeram de uma alma tão perturbadoramente sozinha, algo mais sóbrio e menos sombrio.
Não. Não posso chamar isso de sobridez. Não quando posso dizer que me embriaguei com sua presença, que tomei cada dose doentia de seus toques e de seus sorrisos, que me entorpeci com o sentimento adocidado e inebriante da alegria de ter vocês por perto, que me deliciei com a ciência quase intoxicante de que vocês, de alguma forma, se importam. E esse sentimento me pegou de formas que eu nem imaginava, atingiu lugares que eu nem sabia existirem e tomou proporções avassaladores e completamente desconhecidas para mim. Quando eu li “O Pequeno Príncipe”, não imaginava que alguém seria capaz de me cativar algum dia. Aliás, duvidava dessa definição...
Diante disso tudo, a despedida doeu. Doeu como se arrancassem um pedaço de mim, como se me levassem a alma junto e dela se apossassem. Doeu como se a sua partida deixasse um buraco muito mais profundo do que a solidão já havia deixado. Doeu como se eu não tivesse mais a capacidade de sorrir na sua ausência.
Eu ainda sinto o perfume de sua presença nos cômodos da casa, mas o silêncio de suas vozes provam o quão distante vocês estão nesse momento. Agora só ouço o ronco surdo do palpitar solitário de meu coração, enquanto ontem ainda havia a doce melodia de sua presença. E os meus dedos agora procuram o conforto dos teus. E agora que não os encontram, sinto-me novamente sozinha.

4 comentários:

Madness? disse...

Foi muito bom enquanto durou, até que que pensava que não me importaria com a partida deles senti isso.
Não sei, isso deve ter marcado muito a todos, ele fizeram a diferença.

Madness? disse...

deles, mas senti*

Matias disse...

Tenho de concordar com você, foi bom em quanto durou, mas deve dizer que não acabou. Gostaria que isso durasse para sempre, e vou dar meu máximo para que assim seja.

Luiza de Freitas Nunes disse...

Lindo, simplesmente lindo!